sexta-feira, 31 de julho de 2009

Margens



Aconteceu de novo. Num segundo distraído olhaste o percurso deposto. Nem sabias que dentro de mim um gosto de sol e lua fluía. O mistério impassível derramou nos troncos o mundo oculto das margens.



*
Música: Yar Mara - Sufi Shahram Nazeri

5 comentários:

  1. TRONCO DE CINZA


    Que tronco é este? Será um colosso de cinza que ardeu sem morrer, porque a vida estava para além da morte, recordando que a cinza da natureza é a voz pintada a preto e branco, que nos murmura que somos a derrota do que não podemos vencer? Ou será um braço de neve anoitecido e partilhando a serenidade da praça arbórea, sorrindo por ser o pilar da arquitectura que só a natureza sabe projectar quando as suas margens de cinza respiram a liberdade de poderem respirar o que nós não sabemos respirar? O tronco é a canção das margens que são o coro do seu refrão natural. Assim fala a natureza…

    Jorge Brasil Mesquita

    ResponderEliminar
  2. -Porque não ser um tronco nú,
    em vez de cinza?!...

    ResponderEliminar
  3. Caro XII: porque o tronco não está nu e raros são os troncos que revelam a sua nudez. A natureza não sabe despir-se, mesmo quando o Outono e o Inverno parecem fazê-lo.

    Jorge Brasil Mesquita

    ResponderEliminar
  4. Efectivamente,vivemos em margens diferentes.
    Cumprimentos Jorge.

    ResponderEliminar
  5. Aqui respira-se prosa poética e tenho que vos agradecer por isso! Fazeis da Holoteta uma margem especial.
    Beijos aos dois :-)

    ResponderEliminar

Dentro da nave