domingo, 30 de maio de 2010

Jeanne Robinson A HOLOTETA (30 de Março 1948 - 30 de Maio 2010)


Jeanne escreveu (com o seu marido Spider Robinson) A Dança das Estrelas onde, pela primeira vez, surge A Holoteta. Em 1979 ficou-me gravado no coração a imagem deste Ser. Em 1982 apareceu na forma musical, sob o mesmo nome, no álbum Alhur.
É o nome deste blog. É um dos meus nomes. É o contacto com o outro lado, desde então.



Teste para o filme Stardance com Kathleen McDonagh dançando no Zero G com a autora e coreógrafa Jeanne Robinson.






http://www.stardancemovie.com/

http://www.spiderrobinson.com/jeanne.html

Salve Jeanne!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O centro da Estrela




Depois da travessia de 8 horas onde tudo foi sentido, o enjoo, a inconsciência, o cansaço, a agitação, a instabilidade perigosa do Sealink, ficaram alguns resíduos de limites que dão acesso à vontade de nos exceder. O mar não os tem. Excede-se nas profundezas, no tamanho das ondas, no humor azul, nos duelos com o céu, na quantidade de espuma, no arremesso do visível e do invisível. Fazer a travessia com vontade de abandonar o mundo é rondar a imortalidade da alma. Assim que começou a atravessar a Orchard Street celebrou o coração na transparência do pomar.

 

Caminhava ainda oscilante e já em direcção ao comboio para London Charing Cross, sob o efeito das asas que lhe saiam dos pés e os sonhos em coroa, cadência, inspiração, expiração, um caminho igual ao remo que se ergue, sem esforço, sem ir ao fundo. Aninhou-se num banco da carruagem e tirou um After Eight do bolso das calças. Abriu o diário. Onde estava? Enquanto pensava nas coordenadas metafísicas desenhou vários corações. De granito, de seda, de quartzo fumado, de sal, corações que se abriam por dentro da carne, encarnados, corações de homens acabados de nascer, de miúdos velhos, corações de ferro, de mousse, em rede, com forma de seta, de seixo, de foice, espiralados e alquímicos. Iria guardá-los como se guarda uma manhã em explosão. Amava-os sem excepção, os corações, os comboios, o Mar.

O último pedaço de chocolate escorria-lhe pela garganta e reconfortada pela doçura mentolada traçou palavras que aguardavam um som. Às vezes perdiam-se, mas o caderno não as deixava nunca tresmalhadas, só apagadas por momentos quando um sentido desperta outro que não precisa de as juntar. Mesmo nos remoinhos silenciosos, que são certos estados de desânimo, elas juntam-se para se fazer luz. E é sob este poder que o corpo se esvazia de enigmas. E o maior enigma que persistia ali, na carruagem, era o aroma do pomar que a acompanhava desde Orchard Street. Mais intenso que o cheiro intenso dos comboios, das casas de banho dos comboios, das estações dos comboios. Era um perfume que se espalhava pela viagem da sua vida e lhe segurava a crispação do esquecimento.

Há cidades que não são feitas para certas pretensões, nem os anos chegam a ser suficientes para o que não acontece. Paus e pedras alastram-se pelos dias, mas basta uma gota de essência para transformar os prejuízos em prazer e desassombrar o rigor do inverno como aquele em que viajava cada vez mais para norte. Desfocava-se da travessia do Mar no puro instinto de apanhar o primeiro comboio da manhã. Perseguiam-na raízes de uma ausência que se estendia por planícies e lagos inventados onde figuras mitológicas a aguardavam na sombra e no eco.

 

Até chegar a esse grande encontro tudo se vai desprendendo da consumação opaca e passiva. Migalhas de atenção prestaram-se a tudo, cercaram-lhe a ansiedade, migalhas de absoluta indiferença, sem que isso tivesse a mínima importância. Voltou ao caderno para somar canções nas entrelinhas. Era assim que abalava os terramotos insistentes, era assim que se levantava de todas as quedas. Acordou com dois toques no ombro. Olhou para o revisor que a olhava abraçada à viola. Perguntou-lhe de onde vinha, pensou que era italiana, desejou-lhe uma boa estadia, aconselhou-a a agasalhar-se bem, avisou-a que estavam quase a chegar. Olhou para trás antes de sair da carruagem e deu-lhe um sorriso. Talvez já tenha feito uma viagem igual um dia, talvez se tenha apercebido do sonho que se desprendeu.

O comboio atravessa a última paisagem irisada, prestes a acabar a enésima volta ao mundo e recomeçar letra a letra a primeira palavra sobre a terra. Outras pessoas correrão, assim que ouvirem o sinal de partida. Há outras cidades e outras ruas à espera de mais origens. Outras estações aguardam a passagem dos que partem para o centro da estrela polar. Mais a Norte.



*ao som de Etoile Polaire, Philip Glass, (North Star, 1977)


terça-feira, 11 de maio de 2010

The Host of Seraphim



É interessante notar que, enquanto alguns golfinhos já foram registados por aprender Inglês (até cinquenta palavras usadas no contexto correcto), não há registo de nenhum ser humano ter aprendido golfinhez.


Autor: Carl Sagan
Música: The Host of Seraphim, Dead Can Dance

domingo, 9 de maio de 2010

Fred o labrador

Ohhhhh Fred! Esquece Fred... Aqui Fred!! Vem cá Fred!!!

Tá bem... já vou... eu gosto de água e de bolas e aquela está ali ... vi-a primeiro!


Não tenho medo... sou bom nadador... aquela bola parece que me foge, mas vou apanhá-la. Ai vou.


Estas vozes de comando fazem-me voltar para trás... vou não vou... sigo o meu instinto...




Já está. Vêem? Fui buscá-la, é minha. Consegui!


Agora vou pensar o que fazer com isto... deu trabalho... onde a enterro? Pensa Fred, pensa...

 
Heheheheh. Bingo! Naquela toca, que ninguém lhe chega ;)

sábado, 8 de maio de 2010

Om no bosque



A Gratidão ajuda-nos a lembrar e a sermos gratos por tudo o que acontece nas nossas vidas. É devolver a Deus o que foi recebido, concebido, transcendido, independência e mais amor incondicional.

Eu Sou a Gratidão fluindo na minha vida agora
Eu Sou a Gratidão pelo Ser de Luz que Eu Sou
Eu Agradeço pela vida maravilhosa que Eu Sou
Eu Agradeço pela Abundância na minha vida agora
Eu Agradeço pelo Amor na minha vida agora
Eu Agradeço pela Riqueza na minha vida agora
Eu Agradeço pela Luz Divina que Eu Sou em acção agora
Eu Agradeço por toda a minha experiência de vida
Eu Agradeço, Eu Agradeço, Eu Agradeço

(Em Valinhos - Fátima)

Programa para Domingo



Dia 9 de Maio, vamos subir a Serra d'Aire na companhia dos nossos melhores amigos!
A cãominhada começa com o encontro, de todos aqueles que se quiserem juntar a nós, na prça 5 de Outubro pelas 10h00 da manhã.
Quando estivermos todos organizados, seguimos para o Pedrógão (trajecto feito de carro).
Começa a subida!
Por volta das 13h00 já no topo da serra fazemos uma paragem para almoçar.
E depois de almoço, voltamos a descer.
Vamos estar de volta às 15h00.

Os participantes devem reunir condições físicas para a prática desportiva.
Devem também utilizar calçado e roupa confortáveis e adaptados às condições climatéricas da época.
Levar consigo água e merenda (para si e os cães).

in Magia Lusa blogspot.com

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O Véu



Para quê levar a essência à exaustão milimétrica? Medimos o nosso amor por alguém? Conseguimos isso?
Dizemos "muito" para chegar perto do tamanho que achamos e, mesmo assim, ficamos longe do que achamos.
Também não é preciso. Sentir pode vir a ser.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O convite dos Corvos

Gosto muito destes rapazes!
Anda por aí o novo cd que aconselho vivamente. Chama-se Medo, mas não interpretem à letra.


Ah!!!! Eles, por acaso, tiveram a ideia de me convidar para cantar em 2 temas - Depois do Mar Sem Fim e No Canto do Olho. Ora, como não fui obrigada a pedir permissão a ninguém, disse-lhes na hora que sim!!!!


Orgulho-me desta participação porque sou fã da banda desde o início :)


Ah!!!! E depois fui eu que os convidei para 2 temas do meu novo disco. A resposta foi.... imaginem.... SIM!!!!!!!!!!!!!!!!! heheheheheh (sem agentes zangados!)



Depois do Mar Sem Fim

No Canto do Olho

O agente Chubby


Contou-me hoje um amigo, que convidou outro amigo para cantar num espectáculo. Assim que o agente desse cantor, amigo do meu amigo, soube o que o meu amigo fez, descompô-lo via mail (activando o endereço de outras pessoas ligadas ao meio, no campo CCo, criando as condições necessárias para uma peixeirada cibernética) acusando-o de falta de ética.

Isto agora passou a ser assim: Os artistas não podem convidar quem querem. Têm de pedir permissão ao sr. agente, que nada faz para que as afinidades entre artistas surjam e quando surgem ou as boicotam desta maneira, ou as sugam como um licor de Mon Chérie.
Neste caso o agente grande estava cheio de ar e pensou que não valia a pena comer uns amendoins...

Há tempos aconteceu-me convidar uma artista que, muito contida, pediu para eu formular esse meu desejo ao sr. agente dela. Ela queria, mas não sabia se o agente a deixava. Ora, eu conhecia-a a ela, não ao dito agente e lembrei-me que com aquela idade (há algum tempo atrás) eu era livre de aceitar os convites que me faziam e não sujeitava ninguém a pedir licença a outrem por gostarem de mim! É claro que a ideia morreu logo ali e a vontade de fazer o que quer que fosse, com a artista, desapareceu num ápice... nem um lanchinho. Prezo a liberdade de decisão e personalidade que caracterizam os artistas. Nunca a submissão.

Assim, estou cada vez mais longe do mundo obscuro das "agências", que não fazem mais do que parasitar o trabalho de quem cria, de quem tem as ideias, de quem as sabe colocar em marcha e as concretiza. Depois disso são restos que ficam. E os agentes adoram restos...

Nota: este agente zangado e insolente realizou UM único concerto com o amigo do meu amigo, que por sinal estava às moscas. Eu estive lá. Perguntinha: e esse (a)gente(?) fez o que lhe competia? Divulgou? Nop! Havia um cartaz pendurado nas imediações do teatro...

Ridículo? É sim senhor!
Perigoso? Claro.
Ditaduras encapuçadas, até na parasitagem, alastram e quase ninguém dá por isso. E o problema é esse.

domingo, 2 de maio de 2010

Conto dos 500 anos do Foral de Torres Novas - II


Eucaristia Dominical no Castelo

Bandeira de D. Manuel I

Junto às muralhas do castelo com os saltimbancos.

E eis que animam o almoço, na tasquinha da Paróquia, ao som de Hedningarna!

Sopinha da pedra, sim?

Chamo-me Fred e tu quem és?

أنا [بدوين] كلب (tradução: sou o cão do beduíno!)

Ilustre falcoaria

" Sou lindo. Pronto."

" Hummm i tink i taw a browniefat..."

Pai! Mãe! O que é aquilo????

" Toutaver... toutaver..."

Que belo mundo!

Oh!Oh! Que pensam? Somos 2 feras queridas a guardar a tendinha das bijouterias

llooll

Curiosa esta perspectiva do plano humanoide...
... mas ainda bem que estou contigo, tratador. Algo me assusta nele!
Praça 5 de Outubro - antes do desfile com FRED

Coisa mai'linda de cão! Foi uma das atracções do dia. :)

Pe. Carlos com um Cavaleiro da Ordem de Cristo

"Um dia fui como tu".

Somos quem anuncia...

... e proclama em marcha.

"Vivendo muitas vidas na vida..." (in soldados de Baco - 1994, Terras da Crónica Ardente, Fausto)

"... Nunca a paz é a paz. Toda enfeitada de guerra."
(in soldados de Baco - 1994, Terras da Crónica Ardente, Fausto)

Arautos

Dress (age)

Caminho no tempo.

Oh que desassossego de asfalto!
Ele está assim... nervooooooooooso... percebes? Como eu!
E o povo faz a festa!

Pelas ruas as moças vão...

... sob olhares vigilantes.

A plebe segue o cortejo

Sim, festejo! Mas eles são tão grandes...

Vou além de mim.

Rei sob gritos de júbilo.

"Eu penso em prados". Eu penso: longa longa é a viagem.
Na demanda em que sempre fomos...

... reconhecemos a nossa missão.

E o Rei venturou-se nas memórias para sempre.