Uns meses depois do disco ser editado e de ter recebido por parte da crítica as melhores considerações, a editora faliu. Pelo caminho ficou um vídeo por realizar para o qual tinha elaborado o storyboard. Tudo seria passado num sótão imenso, com lençóis brancos pendurados, malas de porão, uma máquina de vento e a minha imagem a preto e branco.
Fotografia de Álvaro Rosendo
Passados 21 anos e muitos filmes, encontrei esta forma de manifestar o universo "garboriano" de que também faço parte...
Boa noite, Né.
ResponderEliminarEvoco, por exemplo, a primeira canção do disco — sublime “Madrugada”:
«Desejo e veleiro
imagem ou nevoeiro
ei-la
ela
a madrugada
já o barco se vai da praia
apetece-lhe o mar […]».
Ouvi-a pela primeira vez num período difícil e doloroso: há já duas décadas que me comovo sempre que a reescuto.
Muito obrigado, Né.
Bons sonhos.
UM PRETO E BRANCO LADEIRIANO - I
ResponderEliminarNão há resistências que me impeçam de admirar a fotografia. O garboso a preto e branco reflecte o universo do pensamento que se esconde entre o Garboriano e o Ladeiriano.
Oeiras, 16/10/2009 - Jorge Brasil Mesquita
UM PRETO E BRANCO LADEIRIANO - II
ResponderEliminarOs sons são um universo onde gira o perfume de um sotão desarrumado com os amores da pureza dos lençois brancos, velejando ao vento do preto e branco, descobrindo em cada dedo que tacteia o cabelo negro da solidão, um manifesto de vida por viver, segurando a cabeça que se debruça sobre o silêncio que se sabe viver.
Oeiras, 16/10/2009 - Jorge Brasil Mesquita
Olá Hélder, obrigada pela confidência. Corsária foi feita num periodo também ele difícil para mim. Garbo foi a respiração pausada que mantive.
ResponderEliminarUm abraço*
Jorge, surpreende-me sempre com o que diz e como o diz. A atmosfera do teledisco seria essa, sim.
ResponderEliminarNo entanto, os excertos da actriz disseram melhor o que era preciso dizer :)
Abraço*
O CANTO DO DESEJO QUE SE CANTA
ResponderEliminarNão é na vela acesa
De quem não cabe inteira
Que se apaga a luz presa
E se acende o fogo da fogueira
Que cega a cegueira
Do tempo em que se é passageira
É na simples flauta pastoril
Que todo o desejo infantil
Amadurece tudo o que se sente
Para além da vida que nos mente
E floresce a doce semente
Do canto que vence o cansaço
E perfuma a beleza de cada passo
Oeiras, 17/10/2009 - Jorge Brasil Mesquita
"I want to be alone"...
ResponderEliminar*
Quantos "alone" seremos? Temo que não seremos os únicos. Solidários, ao menos?
ResponderEliminarJorge Brasil Mesquita
Oeiras, 20/10/2009
I want to be let alone.
ResponderEliminarViver assim pode ser bom se soubermos o que fazer com isso, se soubermos estar connosco...
:)
Sim..é mais próximo disso,sim.
ResponderEliminarPois eu não sei.Nem sei se quero.
Será sempre bom partilhar,isso sei.Isso quero.
Sei que sei estar,não sei.
O equilibrio em mim é desiquilibrado!
Por isso compreendo...
Bj*
Encontrar o equilíbrio não é tarefa fácil... sempre que caímos no extremo ficamos em permanente fuga. Ou será que é a realidade que negamos? Mas, também, o que é isso...?
ResponderEliminarInverto a questão...o que é fantasia?
ResponderEliminarO exemplo que referiste dos extremos,visualmente transfiro-o para aquelas tábuas (agora de outros materiais,é o mais certo) que existem nos parques,em que cada um se senta nos ditos extremos,ora sobe um ora sobe outro...O gozo que dá!A dinâmica é muito mais complexa do que parece...Quando um extremo está no chão o outro está no alto,no entanto o que está no chão parece controlar o que está no alto,e o que está no alto parece gostar da sensação de não ter controlo.(isto quando ambas as partes,se entregam ao mesmo)E invertem-se os papeis.Ora acima ora abaixo.
Seguindo este racíocinio mal explicado com sentido,é o extremo quem define como nos sentimos,ou é o que sentimos que define o extremo?...
Experimente-se esta experiência sozinha na tábua,tudo muda.
Eis a "velha" questão...
Ser ou não ser.
Bj*
Pois neste país,continua-se a publicar e vender musica da treta.
ResponderEliminarAs boas vozes como a tua e os poemas bem escolhidos ,não são para as maiorias.
Quando é que crescemos musicalmente em Portugal ???
Palmas, XII! Muitas! Fascinante a tua exposição. Vou para a tábua e venho a correr contar as impressões. Ser e não ser.. pode ser que se intua uma pista em jeito de descoberta...
ResponderEliminarQuerida Miaunandinha, também faço essa pergunta. Quando? Quando? Quando? Rabejadores da Europa, como o RJA diz na sua crónica, em tudo!
ResponderEliminarInvestir na educação, digo eu...
Bj* (que bom saber de ti)
A solidão é um lugar difícil de habitar. A linguagem sonora do coração é um ritmo incompreensível para os ouvidos da solidão. Se juntarmos solidão á linguagem do coração percebemos os alinhamentos da música portuguesa.
ResponderEliminarOeiras, 26/10/2009 - Jorge Brasil Mesquita
Intuição
ResponderEliminarPerspectivas
Jung-Capacidade interior de perceber possibilidades.
Emerson-Sabedoria interior que se expressa por si própria.
Kant-Conhecimento que se relaciona imediatamente com os objetos, que mostra realidades singulares e que não dependem da abstração, ou seja, aquilo que se sabe, sem precisar deduzir para concluir.
Kaplan-Condensação de uma ou mais linhas de pensamento racional, num único momento, em que a mente reúne rapidamente uma gama de conhecimentos e passa para a conclusão, que é a parte do processo que ele recorda.
Pista
ou despista? :)
As pistas descobrem-se pela intuição...que depois são comprovadas com lógica (e muitas vezes sentidas através da Fé!), mas isso é um outro aparte...
ResponderEliminar:))
Bj*
Ai Garbo que confusão trouxeste contigo!!!... Sei que entendes...
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