domingo, 18 de dezembro de 2011



 Desisti de saber qual é o Teu nome,

 
Se tens ou não tens nome que Te demos,


Ou que rosto é que toma, se algum tome,

Teu sopro tão além de quanto vemos.

Desisti de Te amar, por mais que a fome
Do Teu amor nos seja o mais que temos,

E empenhei-me em domar, nem que os não dome,
Meus, por Ti, passionais e vãos extremos.



Chamar-Te amante ou pai... grotesco engano
Que por demais tresanda a gosto humano!
Grotesco engano o dar-te forma! E enfim,
Desisti de Te achar no quer que seja,
De Te dar nome, rosto, culto, ou igreja...
– Tu é que não desistirás de mim!



José Régio, Ignoto Deo in Biografia

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