segunda-feira, 12 de dezembro de 2011



Um gato, em casa sozinho, sobe

à janela para que, da rua, o

vejam.



O sol bate nos vidros e

aquece o gato que, imóvel,

parece um objecto.



Fica assim para que o

invejem - indiferente

mesmo que o chamem.



Por não sei que privilégio,

os gatos conhecem

a eternidade.





Nuno Júdice in Assinar a Pele (antologia de poesia contemporânea sobre gatos)

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