quinta-feira, 2 de agosto de 2012

José Afonso I




Não acredito na social-democracia europeia, na transformação de um continente em consumidores de objectos de consumo. O modelo europeu ocidental e, inclusivamente, o da Europa de Leste, do socialismo por vias administrativas e com representantes vitalícios da vontade popular, nao são coisas que me agradem. Espero que o nivel de mercantilismo político do PSOE nao atinja o do PS português. Aqui, os políticos de direita parecem ser mais coerentes que os dirigentes socialistas. O PS cumpre uma missão histórica de traição à causa popular.
Entrevista a Leonardo Cáceres, in «Tiempo», 18/10/82.

O mundo social da música não me seduz grandemente, como não me seduzem os palcos e todo esse tipo de estruturas sobre que assenta a canção. Seduz-me, sim, aquilo que posso fazer em torno da música: os contactos que estabeleço, os amigos que arranjo, esta «irmandade» progressista que se vai estabelecendo à medida que vamos correndo as terras, descobrindo que nessas terras vivem indivíduos que tem determinado tipo de preocupações…
Entrevista a Viriato Teles, in «Mundo da Canção», Fev./Mar. de 81

Parto da música para o texto.(…) Semeio palavras na música. Não tenho pretensões de dar a estas minhas deambulações pela música qualquer outro rótulo. Faço apenas canções. A canção insere-se sempre dentro de um processo. A sua eficácia depende do processo em que se insere. A sua importância depende da vastidão desse processo.
Entrevista a Viriato Teles, in «Mundo da Canção», Fev./Mar. de 81

As pessoas estão contaminadas por um gosto que lhes é fornecido, que lhes é imposto, e fixa na verdade as preferências da maioria. Toma-se urgente reagir, contribuir para uma higienização desse gosto.
Entrevista a Cáceres Monteiro e Daniel Ricardo, in «A Capital», 26/12/70
in AJA

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