Veio-me parar às mãos por sua vontade. Aquela máxima de que são eles que nos escolhem é pura verdade.
Descoberto no meio do nada por um grupo de escuteiros foi entregue na ASPA por se encontrar ferido e abandonado.
A primeira vez que o vi foi para ajudar a fazer o penso da terrivel chaga que trazia no pescoço. De cada vez que o visitava pedia-me colo e atenção. De cada vez que me vinha embora recolhia-se na transportadora fixando-me no olhar mais triste deste mundo.
Em Dezembro, no dia 23, peguei-lhe ao colo para o levar à enfermaria e fui abraçada na cara com as patinhas. Olhava muito sério para mim, uma patinha de cada lado. Senti um pedido de ajuda mais do que o normal: "Leva-me contigo, trata de mim"
E veio. Desde então a chaga já diminuiu, mas não fechou completamente. Passaram-se 2 meses e meio e um dia percebi que nunca me poderia separar dele. O pequeno Davi faz parte de mim, da minha vida, é o meu companheiro inseparável, faz-me rir com as suas brincadeiras malucas e enternece-me com os mimos da sua linguinha rugosa e das suas patinhas sempre tão cuidadosas.
Amo de coração este serzinho notável e digo-lho todos os dias. Davi, que em hebraico significa predilecto, é sem dúvida nenhuma o Meu Gato.
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