Human beings are members of a whole,
In creation of one essence and soul.
If one member is afflicted with pain,
Other members uneasy will remain.
If you have no sympathy for human pain,
The name of human you cannot retain.”
Saadi (Shiraz,c.1184/1213?-1283/1291?)
CANTATA DA ESPERANÇA
ResponderEliminarTrago esta fome no olhar
Que ninguém sabe nem quer molhar
Porque o leito do rio secou
E eu descobri que não sei quem sou
Vagueio pelas ruínas da verdade
Aprendendo a ser mais secreto
Entre os favos que são a cidade
E as curvas cavas do meu dialecto
Este abismo que vende o cansaço
À liberdade de ser um porto
Arrasta a tristeza de um palhaço
Às linhas nuas de quem vive morto
Desejos de ver a mão amiga
Nas linhas clássicas da vontade
São refrãos de uma velha cantiga
Que reflectem os vinhos da idade
Paro nas estações do meu sono
Sem os freios que a vida assimila
E resisto ao poder do crono
Que veste a paz que se aniquila
Aprendi a respirar o suor
Do amor que nunca se revela
E a vencer o mundo menor
Do amante que não se rebela
Instintos que se queimam lunares
Em cavernas de sonhos abstractos
Lançam no ar os ventres dos esgares
Que se ouvem nas danças dos relatos
Recuso os sinais da vertigem
Que sufocam tudo o que se cria
E escondem os murais da origem
Que são a prova do que se espia
Oh! Eu espero que o vento mude
E traga o sonho das montanhas
Eu espero que o tempo me escude
E liberte a prisão das entranhas
Seremos a criança que nos canta
A liberdade que nos pertence
E saberemos plantar quem planta
O pólen do rio que tudo vence.
Jorge Mesquita