quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sonho Azul II

O Pedro chamou imensos talentos para a gravação. A ficha técnica é impressionante:


Mário Laginha (piano)

Tomás Pimentel (trompete e arranjador dos metais)

Caínha (clarinete, saxofone tenor)

Edgar Caramelo( saxofone alto)

António Emiliano (piano)

Ricardo Camacho (desta vez nos sintetizadores)

Paulo Pedro Gonçalves (guitarra eléctrica)

Tózé Almeida (bateria)

E, claro, o próprio Pedro Ayres no baixo, guitarra acústica e baixo Roland (uma descoberta bastante utilizada...)

O som ficou a cargo do meu companheiro da Banda do Casaco, Tó Pinheiro da Silva.


A metodologia consistia em gravar um tema e misturá-lo de seguida. Assim, e de um modo geral, gravava-se a secção rítmica, bateria e baixo, passava-se para o piano e/ou guitarra, depois sintetizadores e por fim o “cluster” dos sopros. Acrescentavam-se pormenores como Sinos do Yamaha GS1, por exemplo e, por fim, as vozes. Aqui começou a contrariedade porque era preciso cantar, em tempo record, a voz principal e os coros...

Estava a ir por um caminho com que não me identificava. Estava a cantar com uma voz que não era a minha. Lembro-me bem do esforço que fazia para colocar as minhas notas de contralto em algo assustadoramente agudo. Lembro-me das lágrimas para dentro e de pensar que ainda podia fazer frente àquelas sessões de angustia. Mas o Pedro era irredutível.
“Um Phil Spector”, pensava eu já a caminho da derrota perante as exigências de vária ordem, que não subscrevia, “um Phil Spector que decidiu encarnar no Pedro”.

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Música: Worlds Collide -Apocalyptica

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