quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sophia


Soneto de Eurydice


Eurydice perdida que no cheiro

E nas vozes do mar procura Orpheu:

Ausência que povoa terra e céu

E cobre de silêncio o mundo inteiro.


Assim bebi manhãs de nevoeiro

E deixei de estar viva e de ser eu

Em procura de um rosto que era o meu

O meu rosto secreto e verdadeiro.

Porém nem nas marés, nem na miragem

Eu te encontrei.


Erguia-se somente

O rosto liso e puro da paisagem.

E devagar tornei-me transparente

Como morte nascida à tua imagem

E no mundo perdida esterilmente.

6 comentários:

  1. Partiu há 5 anos... mas estará sempre aqui (direcção do coração) :-)

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  2. Senti que estava às portas do meu reino,
    Entre as sombras brilhavam as paisagens
    Que os meus sonhos antigos desejavam.
    Mas o terror expulsou-me das imagens
    Onde já os meus membros penetravam.

    Sophia

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  3. (Já me perdi no meio das folhas,oh Maria...Bj*)

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  4. SONETO MARÍTIMO


    Entre os odores das algas cavalgo
    Com o corpo virado a poente
    Onde sou uma pergunta urgente
    Sobre a página em branco que salgo

    Bebo ao mar os sonhos com que galgo
    O passado e estudo o presente
    Para plantar ao futuro inocente
    Os búzios que guardam as marés de algo

    Escrevo arabescos à nascença
    Com as mãos velhas das respostas novas
    Vendo que as marés vivas sem licença

    Espalham ao mundo as doces trovas
    Que inovam aos lábios da descrença
    O berço onde se revoltam as ovas.



    Jorge Mesquita

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  5. Leio Sophia com a mesma sensação do início: suspensa num transe do outro lado do espelho.

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Dentro da nave