segunda-feira, 14 de março de 2011

Clarinha, a sobrevivente



Clarinha no dia em que chegou a casa


Há estórias que não sabemos porque acontecem. Era uma gaiola com dezenas de poedeiras amontoadas quando uma delas, de súbito, se destaca. Não sei se pela cor de mel, se pelo olhar terninho, se pela sua determinação. Empurrou as outras, veio lá do fundo, abriu caminho e parou à minha frente. O que faço a seguir? Trago-a, claro!

Construir um galinheiro é a tarefa seguinte e que não imaginava ser tão trabalhosa (já me tinha ocorrido essa ideia, mas o tempo foi passando e não havia nenhuma Clarinha no horizonte). Barrotes, rede, arame, verguinhas, muita força de braços e alguns dedos cortados para a parte de "recreio"; pinturas, ajustes no telhado, construção de ninhos em madeira, compra de bebedouro e comedouro (que dê para mais porque uma galinha não se quer só), palha para forrar os ninhos e algum improviso para a área de abrigo e recolhimento. E que tal uma parede cor-de-rosa? E daquele lado um sol e umas luas pintadas? E também um rádio para escutarem música baixinho? Põem os ovos sem stress, acalmam o seu temperamento nervoso, convivem na paz. Pois assim será!

Enquanto isso, Clarinha viveu 5 dias e 5 noites dentro de casa, na maior transportadora de que os gatos, por vezes, são usuários. Um poleiro feito de uma alça larga e grossa de uma mala serviu para se acocorar e ver o mundo de outra perspectiva e o que se fazia nele (eu incluída fosse a cozinhar ou a escrever). Falou comigo e ensinou-me dois tipos de sons: o da conversa sem pressas e o do aviso que a ração estava entornada. Adormeceu várias vezes com festinhas que a "mãe adoptiva" lhe fazia no papo e por baixo do pescoço. Fechava os olhinhos e encostava o bico ao meu dedo indicador.



A primeira vez que viu um gato - o Jembé - assustou-se e chamou-me com um pio estridente. Corri para ela e disse-lhe que AQUILO era um gato muito querido e que só estava a ser curioso como os gatos devem ser, ou não serão gatos... Depois dos ânimos acalmados ela concordou e ele passou a dormir em cima da transportadora, tomando-lhe a guarda. Nunca mais se alterou, nem mesmo com a visão de duas novas cabeças que a espreitavam ocasionalmente, a da Sophia e a do Gabriel . Por isso, no dia em que foi viver para a sua casa nova não estranhou a excitação do Sírius, que latia e gania do outro lado da rede, sem lhe poder chegar (e foi melhor assim, não lhe passasse pela cabeça algum excesso...)
Importante:

As galinhas têm sido consideradas como uma importante fonte de alimento desde há séculos. As primeiras referências a galinhas domesticadas surgem no séc. VII a.C., em cerâmicas coríntias. A introdução desta ave como animal doméstico surgiu provavelmente na Ásia. Apesar de terem sido os Romanos a desenvolver a primeira raça diferenciada de galinhas, os registos antigos mostram a presença de aves selvagens asiáticas na China desde 1400 a.C. Da Grécia antiga, as galinhas espalharam-se pela Europa e os navegadores polinésios levaram estas aves nas suas viagens de colonização do Oceano Pacífico, incluindo a Ilha da Páscoa. A proximidade ancestral com o homem permitiu o cruzamento destinado à criação de diversas raças, adaptadas às diferentes necessidades.

As galinhas, ao contrário da maior parte das aves, não voam. Isso deve-se a diversos factores, entre os principais: não possuírem o músculo peitoral desenvolvido com mioglobina, grande peso corpóreo, e também que, quando tentam alçar voo, sentem cãibras.

Estas aves são animais curiosos e interessantes, tão inteligentes como, por exemplo, gatos, cães, ou macacos. São muito sociáveis e gostam de passar os seus dias todas juntas, a arranhar o chão com as suas patas à procura de alimento, fazer a sua higiene com banhos de terra, empoleirar-se em árvores e apanhar sol.
As galinhas são aves precoces. Por exemplo, as mães galinhas cacarejam para os seus filhos ainda dentro do ovo e eles cacarejam em resposta à sua mãe! A inteligência e adaptabilidade das galinhas torna-as especialmente vulneráveis aos aviários porque, ao contrário da maior parte das aves, os filhotes das galinhas podem sobreviver sem as suas mães e sem o conforto do ninho. Saem do ovo ansiosos por explorar o mundo e prontos para conhecer a vida.


in
http://www.centrovegetariano.org/Article-474-A%2Bvida%2Bdas%2Bgalinhas.html

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