Foto de Andrew Parkinson
A voz das alturas anuncia alegrias, cantares, exaltações, delícias; na nossa inocência elementar, na mansidão dos nossos gestos e actos de alimárias, perceba-se o resplendor dos tesouros ocultos, o testemunho da glória dos lírios. A formosura do Firmamento exalta a majestade de todas as coisas, numa sucessão de maravilhas que arrebata os homens. A nós, porém, cabem o desamparo, a perseguição e o extermínio. Até quando?
A contemplação das obras do Ser Superior provoca júbilo, bem-aventurança e justos cânticos. Todavia, e nós, mártires da altivez e da vaidade humanas? Quem nos socorrerá? Nossas aflições e dores clamam por amparo, auxílio, fortaleza e liberdade, cercados que nos vemos de espadas, lanças e setas, órfãos da piedade, da compaixão, da clemência...
excerto do Salmo dos Animais Felizes da autoria de Jô do Recanto das Letras
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