Não havia comboios e por isso o pandemónio estava instalado na estação
da CP. Eram 17:30. Ao fim de duas horas de espera pelo desenvolvimento da situação corri para uma paragem de autocarro que o funcionário mais solícito me indicou onde estaria a ser feito o transbordo de passageiros. Aquele ia para o Porto. Andei meia hora de uma
lado para o outro para não congelar até aparecer outro. Afinal ia para a
Pampilhosa... Sentei-me encolhida no banco da paragem enquanto a chuva caía em
barda. No lado oposto e bem longe de
onde estava consegui ver gente a entrar para um autocarro. E se era aquele? Corri
com tudo o que tinha mais um guarda-chuva que não ajudou, atravessei 2
ruas e a arfar disse Santarém.
Era este!
Já quase a chegar à auto-estrada um senhor lembra ao motorista que não parou na ponte de Santa Clara onde ele tinha pedido para ser deixado... Voltámos para trás com alguns passageiros
inconformados a protestar e outros a economizar energias para o que ainda tinham
pela frente. Ao fim de umas quantas voltas e voltinhas o homem sai mais feliz em frente ao Portugal dos Pequenitos e nós seguimos cabisbaixos de cansaço
pela EN até Pombal.
Seguiram-se mais voltas e voltinhas ao fim de uma eternidade pela estrada cheia de trânsito até dar com o local onde dois casais iriam sair. O motorista sem saber o caminho seguia as instruções de alguns passageiros que não eram muito certas...
Seguiram-se mais voltas e voltinhas ao fim de uma eternidade pela estrada cheia de trânsito até dar com o local onde dois casais iriam sair. O motorista sem saber o caminho seguia as instruções de alguns passageiros que não eram muito certas...
Depois de Pombal mais voltas e voltinhas até chegar à A1 a caminho do
Entroncamento. Ok, já foi pior. Mais uma hora e estou em casa.
A música da
rádio estava insuportável de alta e de estilo. De 4 em 4 faixas parecidas
à la Guetta, passava a mesma à la Stargate da playlist inenarrável da Rádio Comercial...
Chegados ao Entroncamento fez-se uma paragem longa em frente à CP.
Afinal continuamos de inter-regional, dizem-nos. Linha 5 e está quase a chegar. Tudo
para lá a passos largos.
Já na plataforma os imprevistos continuam e somos avisados pelos altifalantes que temos de mudar de linha
e rápido porque o comboio vai entrar na 4. A humidade fria era muita... Deu
para gelar até entrarmos no "está-quase-a-chegar".
Sim senhor, agora
vai! E esboçando uns sorrisos de alívio seguimos para a próxima paragem nos Riachos. Quase a entrar na estação
da vila o comboio dá um uivo rouco e um grupo de ferroviários que regressava a
casa entreolhou-se desconfiado. Diz um:
"Está a soprar o filtro"... O resto riu-se de nervoso. Depois disto ficámos às escuras e parados.
Demorou até a energia voltar. Deu para ouvir falar de vários episódios que preencheram o dia ligados a catenárias por concertar, postes, árvores e chapas a obstruir as estradas de ferro do país.
Retomámos o andamento aos soluços e devagarinho: Mate de Miranda, Vale Figueira (a maior parte dos ferroviários saiu aqui e a conversa do dia acabou).
Retomámos o andamento aos soluços e devagarinho: Mate de Miranda, Vale Figueira (a maior parte dos ferroviários saiu aqui e a conversa do dia acabou).
Continuámos em silêncio para a etapa seguinte que para mim era o fim da saga: Santarém. Era 1/2 noite quando me vi na estação a caminhar para um táxi. Casa, quero a minha casa!
Será que até Lisboa foi tudo sobre carris?
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