quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Novo ano...


(...) Agora é tudo igual, prazer e dor,
e a tua sementeira não dá flor,
ó triste solidão que as almas lavras.


Fernanda de Castro in "E Eu, Saudosa, Saudosa"


Deixei de aderir à suposta alegria formatada das festas colectivas. O fim de ano é uma delas. Não suporto mensagens e desejos altruístas que se têm nesta altura. Há muito que percebi a conveniência destes rituais para se ficar bem na fotografia...
 
Existem famílias que marginalizam os seus membros durante o ano e chegada esta altura fingem uma paz e um sentimento que nunca existiu. Também há as que não querem saber de todo das suas ovelhas negras, é verdade, e deixam que os anos consumam os proscritos na solidão.
 
Vi isso quando colaborei como voluntária num lar de idosos. Poucos eram os que tinham alguém para os visitar. A maioria passava os dias festivos a olhar para o vazio, perdida nas suas memórias ou na sua demência.
 
Depois existem aqueles que se queixam confortavelmente com gente à volta e se vitimizam sem pensar nos condenados  expostos muito tempo depois da sua partida definitiva.
 
Sinceramente, não percebo o que se passa com esta civilização.


 

3 comentários:

  1. Boa noite Né Ladeiras, já faz alguns anos que sigo o trilho da sua obra, mas o dia de hoje foi uma espécie de culminar para mim pois finalmente consegui ouvir o álbum "Corsária" por completo e fiquei arrepiado pois ainda conseguiu superar as minhas expectativas. E por isso ganhei coragem para escrever esta pequena mensagem, a agradecer a oportunidade de ouvir esse modo de cantar, de pronunciar as palavras, as melodias e as suas histórias. Muito Obrigadooooooo
    Luis Ribeiro

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  2. Boa noite Luís,

    Obrigada pelas suas palavras e bem-vindo à "nave" :)

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  3. Cara Né Ladeiras, descobri por acaso o seu blog e tenho estado a lê-lo ao som do seu album Sonho Azul, que faz parte do meu imaginario de infância. Que bela voz e que belo ser humano. Obrigado por compartilhar o seu mundo e as suas histórias. Vou continuar a seguir!

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