Hoje sinto-me particularmente triste.
Há dias em que não tenho mais espaço para ver o que se faz neste mundo. Não o compreendo nem gosto de fazer parte dele.
A desilusão com o género humano atingiu uma percentagem assustadora. Cada vez mais sinto menos ligação com os da minha espécie o que me faz pensar sobre até quando vou querer viver assim.
Tive uma certa esperança no dia 22 de Dezembro porque se esta coisa acabasse agora não me importava, mas pronto... afinal era a conclusão de um ciclo e o começo de outro... e pergunto para quê?
Todos os dias são de apelos urgentes, imagens medonhas, estórias terríveis, denúncias, petições, partilhas em rede, pedidos de socorro e o que constato é uma parte ínfima que reage.
A crise faz as pessoas estúpidas e egoístas.
O egoísmo faz as pessoas más e perturbadas.
O mundo humanóide não merece estar aqui.
Era uma vez um gato pequenino a quem foi colocada uma coleira insecticida. Por ser pequenino não a devia ter. Um gato pequenino pode reagir com uma alergia. Foi o caso. Essa alergia fê-lo coçar e coçar e coçar até ficar em carne viva. Foi posto na rua por causa disso.
Andou dias a vaguear e a arranhar-se de desespero. Criou uma infecção.
Está ao meu colo cheio de febre. Já foi tratado como devia com antibiótico e a ferida desinfectada. Agora é esperar pela sua recuperação.
São coisas como estas que desacreditam qualquer possibilidade de reconciliação com os outros. Tenho sentido mágoa e dor através destes meus irmãos. Tenho sentido o que tenho de pior em mim pelos ditos meus semelhantes (não sei em quê...)
O meu reconhecimento é eterno para os poucos que sente da mesma maneira. O meu desprezo é absoluto para os muitos que não dão o mínimo valor. Normalmente estes acham que somos descompensados porque nos dedicamos "aos bichos" e que até somos radicais, uns fundamentalistas da causa animal. Nesse caso sou bem descompensada, mas muito recompensada pelo sentimento que me une a eles, aos bichos.
Hoje foi um dia escuro.
Depois li um post no blogue do Pedro Rolo Duarte que me fez sorrir. Abracei o meu pequeno Davi e disse-lhe que o amava. Ouvi um ronron que me enterneceu. A seguir respondi ao post do Pedro. Quando se faz o nosso pão o sentimento é parecido com o de abraçar um ser inocente.
Poderia ter sido escrito por mim. É lindo o Davi
ResponderEliminarObrigada Cecíl :)
ResponderEliminarObrigada por ser mais um. Nem sabe como isso faz bem ao meu coração :)
Bem haja