domingo, 28 de abril de 2013

Antes de mim


Olhei pela janela e vi a lua cheia, o silêncio insuportável da madrugada  húmida e fria,  o  jardim onde nada cresceu, os segundos a menos de ramos e troncos que teimam ficar sementes nas minhas mãos, a vida suspensa do pólen que nenhum vento leva, as orações que já não sei, que já não quero saber, tudo igual como sempre foi.


 

Os meus sonhos armazenaram sementes que pertencem à dor antes mim e  vão-se fechando vão-se fechando vão-se fechando.
 
Se eu fizesse um sulco nos séculos que vivi e poisasse as minhas mãos vencidas talvez  uma delas germinasse, mas a  vida que não compreendo é inabalável na sua crueza. 


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