quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Momento

Kerouac: Oops. Tu abriste as persianas, já não aguentavas o calor (nós idem) que havíamos de fazer?

Kerouac: Eu porto-me bem. Juro! É só apanhar um bocadinho de ar.


Sophia: Hummmm interessante e refrescante!
Oriana: Eu gosto, mas não sei se devemos estar aqui empoleiradas...


Oriana: Wowwwwwwww então o mundo é assim?
Sophia: Claro, como nos livros...

Sophia: Ó doninha não dá para trocar de plano????
Oriana: Eu fico aqui a cismar como é que a minha paisagem mudou tanto.


Sophia. Vês? Muito melhor cá em baixo! Passei para primeiro plano. Fiquei bela!




Sophia: Deixou rasto! Peludão peludão cheiras mesmo a cão...


Oriana. Sophia, tu conheces aquele ditado a curiosidade matou o gato? Não preferes ver da janela?


Sophia: Tá bem tá... fica aí então... agora não me desconcentres.


Sophia: KEROUAAAAAAAAAAAC! Não aflijas a "mãe" !!!! Essa é a zona limite da casa. Passam monstros depois do portão.


Kerouac: Não ralhes! Eu vim para aqui porque os meus belos olhos azuis ficam bem com este fundo.


Kerouac: Mano, o que comes?
Gabriel: Tu sabes que adoro alface e esta aqui é um espécie muito melhor...


Kerouac: Estou a reflectir sobre o que vejo com os meus olhos AZUIS e não dois faróis à poltergeist... estas fotos não estão lá grande coisa...


Gabriel: Estão péssimas... eu tremido e de olho verde... mas a "mãe" quer guardar este Momento!

Jembé: Mas vocês são loucas? Ei pessoal com calminha, sim? Não quero baixas na minha Tribo!


Oriana: Então é ali que o peludão está instalado!!!
Sophia: Sim sim debaixo da laranjeira onde a mãe -de- 2- patas tem a cadeira. Anda cá ver isto...


Kerouac: Eia! Achas que podemos estar à vontade?
Gabriel: Claro, mano! Não há melhor vida que esta...
Sophia: Hummmm que cheiroso!

Gabriel: Isto é booooooooooooooooooooooom!

Oriana: Pessoal é por ali! Vamos lá espreitar o peludão...
Sophia: Ok... já lá fomos e fui EU que descobri primeiro!
Kerouac: E se déssemos a volta pelo outro lado?
Gabriel: Eheheheh Isto é que é vida!!! Fim de tarde, uma brisa para refrescar, eu coço as costas no chão e quero lá saber do peludão!
******
O que se passou a seguir a máquina não conseguiu registar por falta de luz (o flash não foi suficiente). O Jembé foi o último a deixar a janela e encaminhou-se directo para as roseiras onde esteve uma boa meia hora a cheirar milímetro a milímetro folhas, caules, picos e pétalas. Sírius foi-se chegando de mansinho para ver que peludinho era aquele. Quis ladrar, mas Jembé olhou-o sem pestanejar e com uma displicência que desarmou o jovem peludão. 

Estava aquele gatarrucho de costas voltadas para ele, sem mostrar qualquer medo porque o importante eram as rosas... Rendeu-se. Saltitava à volta do líder da Tribo, abanava a cauda de felicidade, o que para os outros não era interpretado da mesma maneira - os gatos quando abanam a cauda dão sinal de profunda irritação - mas para o sábio Jembé, que traduz as línguas todas dos bichos, aquilo era felicidade e pronto. 

Depois de muito cheirar pela primeira vez na vida as roseiras todas, deitou-se muito esticadinho e permitiu umas brincadeiras com patas por parte de Sírius. Deram à pata durante algum tempo (que o Jembé determinou...) e a partir daqui o resto da tribo juntou-se-lhes. 

Depois disto acredito que fundaram uma família especial. 5 peludinhos+1 peludão para os dias que aí vêm.

Um dia antes do Momento...

Jembé e Oriana: pronto... eu dou uns mimos e tu não te zangas mais...


Sophia. Ohhhhhhhhhhhhh minha Creta...

Kerouac: Caramba! Se eu fosse vagabundo atirava-me a um rio...


Muito calor e desânimo. O Gabriel esteve atrás de um móvel por onde passava um fio de ar e fez greve à pose...

sábado, 24 de julho de 2010

Sírius trazido pelo Pastor



Foi o último a deixar a mãe. Estava a brincar com ela quando o chamaram para começar nova vida. Não foi fácil... mas veio. E veio em muito boa companhia porque quem o trouxe ama animais e a natureza, também a humana, ou não fosse o Pastor desta cidade.


Ouvi em muitas das suas homilias apelar ao respeito que todos devem a esta obra de Deus. Ouvi de todas as vezes a urgência de preservar o que estamos quase a perder. É assim que um Pastor fala para a comunidade católica é assim que desperta consciências. É assim que a religião faz parte da vontade de ser melhor e é assim que se cresce no sentido da Luz.


Há vocações inegáveis e o nosso Pastor detém a sua com um carisma fora do comum. Todos sabemos que os grupos são difíceis de gerir e que no seio católico ainda há egos e mentalidades que atrasam o crescimento individual e colectivo. O seu caminho tem sido espalhar a mensagem com alento e fé e lutar de forma solidária e generosa pelo elo mais fraco. Tem sido uma entrega incondicional e com obra feita. Tem sido o motor de muito esforço para angariar fundos e ajudar os que necessitam. E muitas vezes uma palavra de encorajamento é mais que pão para a boca! E muitas vezes uma palavra de gratidão pelo que tem conseguido também seria justa!


Quando cheguei a Torres Novas estava no meu pré-renascimento. Estava a começar do zero em todas as valências. Não sei ao certo porque escolhi ficar nesta cidade. Houve um conjunto de factores que me "disseram" que era aqui a minha casa. Eu senti como se fosse um regresso desejado depois de muito tempo à deriva. Amei a sua luz, o seu rio, o seu castelo, a suas praças e ruas, as suas gentes, a sua modernidade, a sua história, a sua vida de cidade e os seus templos.


Um acaso levou-me à Missa do meio dia, na igreja de S. Pedro, há cerca de 3 anos. Estava cheia de jovens, crianças, adultos, escuteiros, pessoas mais velhas e outras como eu. Fiquei admirada e aguardei. Depois percebi. Celebrava-se a Palavra viva, o amor incondicional de Jesus de forma tão genuína e tão diferente que fazia com que todos tivessem vontade de fazer parte desse momento. O Padre olhava cada um dos participantes nos olhos e falava para todos sem distinção. Ali estávamos na mesma condição: cristãos e aprendizes. Voltei outra e mais outra e mais outra vez. Passei a observar a disponibilidade deste Pastor para com todos, não só os do seu rebanho, mas incluindo também os que fazem parte desta cidade sem obrigatoriedade religiosa.


É uma pessoa muito querida e respeitada por muitos. Para os que praticam o mau catolicismo e a má-língua - felizmente uma cota menor - é contestado e criticado. Os grandes nunca passam incólumes pela vida. São amados por quem tem causas e sonhos e odiados por quem a frustração é a causa principal das suas vidas...


Neste momento a notícia caiu de forma inesperada. O Pe. Carlos Ramos tirou uma licença sabática de um ano para fazer a tese de doutoramento em ”condições familiares na formação da identidade, expectativas e sucesso escolar". Depois, como ele diz, ”O futuro a Deus pertence. Irei para onde houver necessidade pastoral, sempre de acordo com a minha formação”. in O Torrejano


Mas ainda teve tempo de me trazer Sírius, mais uma causa para a qual teve disponibilidade e atenção, que ficará na minha estória como um acto coerente com o seu ideal missionário porque é nas coisas ditas pequenas que se vê o tamanho da alma de quem as pratica. E Jesus Cristo foi o Mestre mais disponível que o mundo teve. Quem interpreta a sua Palavra desta forma só pode estar no caminho certo percorrendo o seu trilho da forma mais correcta.


Sírius passou a estar em dois lugares do meu jardim. Lá em cima no céu e aqui ao pé de mim.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Merkabah


 

A Esperança em torno de si mesma; aprendo e aguardo.
Eu em torno de mim mesma; defino e avanço.
Duas metades que se encaixam e se tornam zodíaco impresso colocado no centro da mesa.
Viajo em círculo sobre a cidade, em torno do planeta, gravo na minha pele feérica sobre crepúsculos a espiral incandescente  símbolo do infinito.
 
A esperança é uma estrela, a estrela faz um círculo, o círculo é o recomeço, outra esperança, a espera de um novo ensinamento, a esfera de um novo círculo, rotação do meu eixo, o caminho para a noite e para o dia, boca feita abóbada, olhos na roda da Merkabah.
 
Quebro padrões que se transformam em templos elucubrantes na rotação. Perfilo rosas denominadas pelo apreço dos tempos e raízes externas que observam os agressores de um certo silêncio. A Gratidão é a mais profunda maneira de receber a vida que se retoma - penso enquanto a realidade elemental circunda a aceleração do princípio.
 
O coração e o sorriso respiram no aroma da flor de laranjeira que se desprende desta magnífica cidade. Atento à batida das suas entranhas, testemunho centenários de história, e de novo o coração e o sorriso fazem sobressair as letras mais pequenas do sussurro em movimento.
 
Agora no interior do halo de luz dirijo-me para a estrela em rotação nas entranhas do mais profundo a que posso chegar e ascendo livre com todas as vozes de amor. Epicuro segue à minha frente, é recebido na pura certeza da trajectória serena da alma. Juntam-se caminhantes tocados pelo romantismo desta cidade e já predispostos a coisas ditas invulgares. Translúcidos e equidistantes assomam à entrada do portal de mãos abertas, símbolos perfeitos, desenhados no olhar de quem tudo sente. Aproximo-me radiante.
Parte da sombra improvável, mas real, é uma flor escondida a medo. Temos jardins e florestas na mesma frequência. Aprendemos com o medo a ter medo. Existem continentes submersos de medo. Somos o mais profundo dos abismos de medo. Rezamos com o corpo do medo. Prendemos a alma por fora e por dentro do medo. Não nos damos espaço em nome do medo. Não sabemos o que fazer com a nossa amplitude no medo. Rodeiam-nos pequenas satisfações que não nos completam à conta do medo.
 
A alma vai escrevendo cifras imortais, desenhando estrelas permanentes, que ousa não ter medo e com paciência vai adormecendo o temor que adulamos e nos faz fugir. É só um pequeno nada, nada mais. Pensamos que nos propõe uma difícil escalada. Por detrás do espelho descobrimos uma forma pequena e nua que se esforça por parecer grande. Quanto tempo é preciso para saber que o amor é imenso e possível? Solta-se uma frase que alguém disse: Se queres a verdadeira liberdade deves fazer-te servo da filosofia. Qualquer tipo de servidão?
 
Epicuro de novo, com o olhar de responso sobre o que perdeu, procura uma chama que se lhe extingue à nascença. Ou talvez não fosse bem isto que a sua tradução quis dizer. Há línguas difíceis e outras incapazes. O que compreendeu deixou de existir como a sua língua. O pássaro confundiu-se com a nuvem e esta com a sua realidade. Passeou em todas as paisagens, visitou todas as terras, não encontrou o sol das almas e despediu-se da terra sem o canto das cigarras. E uma lua muito serena desceu de um dos braços da Merkabah e deitou-se magoada sobre o sábio.
 
Tudo será como no princípio. A Esperança em si mesmo. Só o céu testemunhou o instante desta beleza e ficou sem precisar de um desejo extravagante para ser infinito. Os felizes agradecem e não têm medo. A liberdade é a ponte para a existência subtil que a poesia canta e a filosofia adorna.
 
O seu brilho salvou a menina e emergiu na direcção da anciã como um peixe voador. Ambas acenam das suas barbatanas aladas e partem assim como vieram. Sinto na pele um aroma de liberdade. Sou impregnada pelo movimento giratório que desprende todos os perfumes da terra e de mim. Eu sou terra com tudo o que ela é. Eu sou poesia com todos os ideais que a fazem. Eu sou a mais pura invenção do amor que cresce em todas as direcções. Eu estou por dentro do céu.

 
 
*ao som de Bora por Mich Gerber (Tales of the Wind, 2004)

domingo, 18 de julho de 2010

Meditação



No agora de mim aconteço sobre um caminho de estrelas súbitas. Como um poeta nascido num rio imaginário (ou não) dou-lhes um som para que elas falem de dentro. Iluminam-me todos os sentidos num corpo preciso, constelação nocturna, um silêncio com sintaxe, um hiato de mim, uma véspera tecida em ponto cheio, uma pálida pele na sintonia dos cristais.
Faço de ouro a minha raiz que se prolonga pelo abstracto. Evoco o vestígio mineral, peço palavras de luz e um texto de entrelinhas que me invente e transcreva num calígrafo oriental. Sem ainda estar fico nas palavras do amor, numa quase parte, num ponto de passagem perfeito, na distância suficiente para intuir o som da outra parte do universo. Guio-me no desconhecido, angular perfeito, na Terra azul.

Descubro o sentido da força comum a todos os seres, escondido por ora na mente eterna.

Cabe-me dizer que a tua surpresa é feita de pérolas inquebráveis. De pérolas e não vidro donde nascem chamas trina. Expande-se  a vontade de esclarecer o que não é sabido nas voltas de um enorme colar, nos esboços claros de uma cidade intraterrena que nos recebe para além da imaginação. Nada do que vês ou sentes é construído na invenção. Já existe, já é.
 
Cálculos feitos somam e sobram espaços por percorrer. Este infinito não cabe no infinito. Supomos a luz dentro da sombra, mas esta não é mais do que o descanso e distracção de quem pretende o concreto. Todavia, somos a mesma música imanente de milhares de esferas que desejam dar-se a conhecer para além dele. Perguntas-me se o que vês é fruto da tua loucura. Respondo-te que te é dada a imaginação para acreditares no que vês.

Sobram-te espaço e possibilidades, somam-se dias. Preparas-te para acontecer. Há muito que aguardava este canal para comentar a poesia interestelar que se faz. Demoraste, mas foi preciso. Apreciar as dimensões leva o seu tempo. Passaste a ficar no amor quando de muitas maneiras tentaste fugir dele. Grande aventura a tua… Sabes o que sou, um poeta nascido e renascido das possibilidades que orbitou, também na altura de mim, sob um caminho de chuvas súbitas, subindo a montanha. Uma pedra na mão, pés descalços e um continente a afundar. Porque contamos linhas e palavras? Escreve e sente. Até onde for que queiras ir. Nasce em cada palavra, descobre-te e descobre o véu, corrige depois, se quiseres.
Há um sinal para deixares o que não existe mais. Tu sabes as cores provisórias da malha terrena. Todas estas cores que pensas conhecer, assim como as palavras, estão de passagem. Ascenderão como tudo o que existe e outra linguagem de estrelas será falada. A poesia fala comigo, fala contigo, ela é. Tudo o que sentes veio de lá.
 
 
Escolho o coração que tens e as mãos de labor que sabes. Tu, poesia, sabes da luz que irradias mesmo quando feita na maior escuridão que é o que somos quando fechados por dentro. A tua fala parece-se com asas de renda no meio de um quarto esconso. O teu tamanho é o dos universos, incomensurável para um corpo tão acanhado. A tua Natureza é a ascensão do amor e o perfume é libertado em todo o espaço. 
 
As tuas asas passam através da rede onde nos deitamos cansados. E sobre as pedras que acumulamos no sono indispensável, já na fenda do corpo a ser esquecido, pedimos-te a palavra que celebre o coração etérico.

Pensas na lógica sintáctica deste texto e no que terás de rever, podes fazê-lo, melhorará a tua escrita. Estou na tua meditação porque foi sobre isto que querias escrever. Dolente movimento, esforço acostado na mente padronizada. Por enquanto será assim.

Podes retirar o que apontaste. Nos campos de cristal sem outra cor que fique no vento provisório do aqui, seja qual for o código ou cifra, sem estares ou seres, mas contigo a olhar para tudo o que vês, sente com a mesma certeza que nós, os poetas, temos das coisas.

 
*Ao som de: Among Fields of Crystal (Brian Eno/ Harold Budd, The Plateaux of Mirror, 1980)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Dia de Clara


Clara, santa cheia de claridade,
Irmã de São Francisco de Assis,
Intercede pelos teus devotos
Que querem ser puros e transparentes.
Teu nome e teu ser
Exalam o perfume das coisas inteiras
E o frescor do que é novo e renovado.
Clareia os caminhos tortuosos
Daqueles que se embrenham
Na noite do próprio egoísmo
E nas trevas do isolamento.
Clara, irmã de São Francisco,
Coloca em nossos corações
A paixão pela simplicidade,
A sede pela pobreza,
A ânsia pela contemplação.
Te suplico, Irmã Lua,
Que junto ao Sol de Assis
No mesmo céu refulge,
Alcança-nos a graça que,
Confiantes vos pedimos.
Santa Clara, ilumina os passos
Daqueles que buscam a claridade!

Amém!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Passagem das Horas

(...)

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.




(...)

Não sei se a vida é pouco ou de mais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,
Consanguinidade com o mistério das coisas, choque
Aos contactos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
Ou se há outra significação para isto mais cómoda e feliz.





Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.





Cruzo os braços sobre a mesa, ponho a cabeça sobre os braços,
É preciso querer chorar, mas não sei ir buscar as lágrimas...
Por mais que me esforce por ter uma grande pena de mim, não choro,
Tenho a alma rachada sob o indicador curvo que lhe toca...
Que há-de ser de mim? Que há-de ser de mim?







in Passagem das Horas, Álvaro de Campos

terça-feira, 13 de julho de 2010

Terras de Miranda do Douro - 3ª parte



Foi neste adro que, em 94, conheci o grupo de pauliteiros, que se estava a formar, constituído por jovens aguerridos à tradição que não queriam perder. A partir desse momento decidi que as primeiras partes dos meus concertos tê-los-iam como expressão máxima da terra que eu queria mostrar.
De então para cá outros jovens têm tomado o gosto por esta arte e em Malhadas todos sabem da importância que isto representa! Não só para eles, mas para um país que tem a sorte de ser nesta variedade cultural.

Terras de Miranda do Douro - 2ª parte

Pingacho!

Eu no meio dos Lengalenga:

David Jantarada - voz, caixa de guerra, percussões tradicionais
Henrique Fernandes - voz, gaita de foles mirandesa, percussões tradicionais, flauta pastoril, tamboril e gaita de beiços
Telmo Ramos - voz, percussões tradicionais, bombo, pandeiro
Dinis Arribas - voz, percussões tradicionais, flauta gaita de foles mirandesa


http://www.myspace.com/lengalengagaiteirodesendim
http://www.lengalenga.net

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Peter Murphy


Ontem foi dia de Murphy :) Não esqueci!!!

Vai actuar no Évora Festival Alentejo a 30 de Julho. O concerto faz parte da digressão A Dirty Dirt Tour, que se inicia em Paris a 29 de Julho.
Conto estar na primeira fila!!!

Terras de Miranda do Douro - 1ª parte

Pormenor de l trajo de las Pauliteiras de Miranda


Un Lhaço


L tocador de bombo

Pormenor de las aplicaçones de las saias. Tengo ua eigual (a la burmeilha) an amarielho!


Ua nuoba geraçon que mantén la tradiçon mirandesa!


Este bolsinho sterior ye ua obra d'arte!

La gaita mirandesa
Cul persidente de la cámara de Miranda de l Douro, l simpatissíssemo Artur Nuns, ne l momiento an que decidi cantar La Çarandilhera (pus que las palabras que queremos dezir por bezes quedan dificeis culas emoçones)



L prémio cun que fui houmenageada
Ancontrei un querido amigo, que nun bie hai cerca de 20 anhos... na altura Ambaixador de Pertual an Angola.


Fernando Andressen atual Ambaixador de la UNESCO

Cula Fernanda Xabier, amiga de Sendin (grande cumpoteira i "licoreira" tradecional, para alhá d'antegrar l grupo de cantares de a tierra de l queridíssemo Pe. António Marie Mourinho)

Mas fui assi hai tanto tiempo????? Hai 17 anhos??????? Tenes la certeza???Nóoooooooooooo


La marabilhosa Sé de Miranda de l Douro

Un pormenor a la mesa de l júri


Ls Lengalenga chegan a la praça...

... a camino de l palco...



... i you juntei-me a eilhes!
Bista de l quarto de la Stalaige de Santa Catarina



Outra bista de l quarto de la Stalaige Santa Catarina (ye claro que la buntade de benir ambora era nanhue...)

De frente para mi estas quelores i estas formas. Momientos cun Dius.